Após o hospital Rio Mar, na zona oeste do Rio, abrir inquérito para apurar a denúncia de um homem que acusou a unidade de abandono durante internação pelo novo coronavírus, a Polícia Civil também anunciou que vai se debruçar sobre o caso. A corporação ouvirá familiares de Jorge José González Sebá, que morreu aos 60 anos na semana passada e deixou áudios em que acusa o hospital de negligência.
A investigação está sendo tocada pela 16ª DP (Barra da Tijuca). Além de ouvir os parentes da vítima, a polícia também disse que vai realizar diligências no hospital.
Segundo González, médicos e enfermeiros o abandonaram no local por terem medo de se contaminar com o vírus. “Me deixaram sem informação, isolado, como se fosse um bicho. Eu me esgoelo, grito, chamo as pessoas. Ninguém atende. Tenho dificuldade até para urinar”, denunciou antes de morrer. Ele também alegou que teria passado 48 horas isolado no leito, sem nenhum tipo de atendimento – como limpeza ou troca de fraldas, por exemplo. Diabético, González foi internado no sábado, dia 21; seu corpo foi cremado na quinta-feira, 26.
Em nota divulgada após a repercussão do caso, a Rede D’Or informa que abriu um inquérito administrativo para “apurar responsabilidades no atendimento e adotar as medidas cabíveis.” O hospital afirmou que não compactua com atitudes como as que o paciente relatou em seus áudios. “O Hospital desde logo lamenta profundamente os transtornos causados e se solidariza com a família do paciente, colocando-se à disposição para o que se fizer necessário.”
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Fonte DCM