A prisão dos acusados ocorreu nesta terça-feira (6), em decorrência da investigação da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) em parceria com a Delegacia da Mulher (DDM) de Icó. A família saiu de Icó após o pai ter sofrido uma tentativa de homicídio na cidade, e chegou a Fortaleza em 2012. A jovem de 22 anos, hoje casada, teve apoio do marido para fazer tratamento psicológico e, somente após um ano, sabendo que as irmãs mais novas de 11 e 15 anos ainda eram vítimas da situação, conseguiu denunciar os crimes que ocorriam dentro de casa.
O casal convivia ainda com duas filhas: uma de 11 e outra de 15 anos. Esta tem um filho de dois anos, que pode ser do próprio pai, que não usava preservativo ao praticar os estupros. Uma terceira conseguiu fugir aos 16 anos após ser estuprada na frente da irmã mais velha. Hoje, está com 18. As crianças eram obrigadas a assistir filmes pornôs e eram testemunhas dos atos sexuais com as outras irmãs. “Infelizmente, é recorrente as violências sexuais serem praticadas por pais e padastros, pela figura masculina. Mas com participação da genitora, foi o primeiro caso da minha carreira. E foi muito chocante por isso. Porque a gente imagina a figura da mãe que protege, a genitora, o símbolo de amor e proteção que, nesse caso, era uma monstra. Não há outra palavra para descrever”, relatou a titular da Delegacia da Mulher (Icó), Gabriela Barreto. O casal mantinha atividades como marmiteiros, sob nenhuma suspeita, e as crianças frequentavam a escola normalmente. Tanto o pai quanto a mãe mantinham relações sexuais rotineiras com as crianças, dentro da própria casa. As quatro crianças dormiam em duas camas de casal e o pai, toda noite, escolhia uma delas para o ato. Todas presenciavam os estupros. “No inquérito policial consta que a própria mãe, ciente de que as filhas iriam iniciar relacionamento, namoro, o que é natural da jovialidade, tomando ciência por parte das filhas, a mãe decretou em casa que essa relação sexual que elas viessem a ter com seus respectivos namorados, antes de ser realizados, teriam que passar pelo crivo do genitor, de modo que quem iria tirar as virgindades das crianças seria o próprio pai”, revelou o delegado Levy Louzada, titular da Dceca. As crianças foram ouvidas com acompanhamento de uma assistente social e uma psicóloga. Durante a investigação na casa, foram encontrados material pornográfico e consolos, que ainda não se sabe se era pra uso do casal ou com as crianças. O casal pode pegar até 60 anos de prisão.
FONTE - tribunadoceara.uol.com.br